2 de julho de 2017

CORPOemado VI: sêmen


Pessoas fluidas
andam descalças. Dominam o espaço no lugar onde passos são arpejos bem-aventurados para saltos e titanomaquias.

Pessoas fluidas
não fodem no escuro. Dormem compondo sinas. Fazem liturgias entre Deus e Diabo. Gozam com eles.

Pessoas fluidas
acordam sonhos inatingíveis. Tatuam cor no peito luminoso da metafonia. Dizem:
“a voz me enrubesce no silêncio”.

Pessoas fluidas
se alimentam de sêmen. Brotam lírios derramando céu nos corpos curvilíneos. Recompõem metáforas.

Fábio Santana Pessanha

2 comentários:

Daniele Negreiros disse...

Poemado e com as apaixonâncias intrínsecas de seu versar. Que lindo, Fábio!


Fábio Santana Pessanha disse...

Obrigado, Dani! Sempre carinhosa com suas leituras, obrigado mesmo!!