30 de novembro de 2017

Pipoca e poesia marginal: uma tarde com "Cacaso na corda bamba"

Olha aí, pessoal! Quarta-feira (06/12) é dia de cinema e poesia!! Vai rolar na Biblioteca Parque de Niterói, a partir das 16h, a exibição do documentário "Cacaso na corda bamba" e logo a seguir haverá um bate-papo com os diretores do filme José Joaquim Salles, PH Souza e este poeta que vos escreve! Então, galera, prepara a pipoca e bora participar com a gente dessa conversa maneira!!

Ah, espalha aí a ideia!!! Vem junto!!



12 de novembro de 2017

Passagem do meu livro "A hermenêutica do mar - Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos"


"O grito mineral da carne é o clamor da terra embebida de sangue e cravada de pele, da pele da história de quem suou e remexeu o chão nas culturas, de quem pisou e deixou suas pegadas na memória telúrica, de quem morreu e teve sua vida renascida nos frutos da colheita. Colher é ser histórico na medida em que não há revisita a fatos passados, e sim acolhimento daquilo que se apresenta no ato de uma experiência. Afundar as mãos na terra não é olhar para trás e imergir em recordações, mas trazer para a presença aquilo que se dá no exato momento de sua evocação, e esta é nossa relação com um poema: de presença. Memória é fundamentalmente presença do que se vela." (p. 107)


O trecho acima é parte da interpretação que fiz do poema “Ouamisi”, que segue abaixo:

Será desta luz d’equinócio o manto verde azul
quem te confere teu ar de canto singular?
Será que o mistério vem mais da luz iridescente
que de tua alma errante em busca da vertigem?

Etiópia Sudão Novo Mundo e Extremo Oriente
escravos e canelas, baixelas de prata bordados.
Será que posso falar de omnipresente osmose
entre o sagrado e o grito mineral da carne?

Efebos e mulheres, conquistadores e naus
entre o simulacro de uns, de outros a firmeza,
neste santuário de almas, a génese irrompe

como se o génio da memória e da paisagem
se beijassem na imediatez do que reclamo
e do oceano imprevisível, nascesses tu, ilha. 

(Virgílio de Lemos, do livro Para fazer um mar, de 2001)


Então, pessoas, quem quiser um exemplar do meu livro, é só entrar em contato, e a gente combina!