15 de novembro de 2006

Os sonhos??? (Resposta ao comentário do poema "Em algum lugar da existência")

"Onde estão os sonhos?", onde estão?... hum... talvez na poética das pedras, na vertigem! Os sonhos estão em todo lugar! Na morte, pois a morte não é o fim, mas a origem, ou melhor: o originário. A vida é uma doação da morte, ou seja, a criação vem do vazio, do nada, do não-visível: Eros e Thanatos em tensão permanente e essencial ao caminhar.
E, para compor a discussão:

Vertigem

Qual a poética das pedras?

Quando paradas,
Movimentam o chão das rosas fumegantes
Que, em lágrimas, vertem a dor sofrida
Dos cristais de emoções perdidas.

As nuvens que do alto céu
Caem em orvalho santo
Rezam o orgasmo febril
Dos corpos em suor desfeitos
E, na carne penetrada,
O gozo corre sangue fervente
Em flamas que se esvaem em sordidez.

Rio de escárnio,
Guardião do oculto...
Em suas sombras toda perdição se acha.
Escuta a cura da dor
Que na procura se revela inculta.

Ai do livro aberto na sonolência atenta do leitor!
Cada pálpebra diz um conto
Que se finda tanto quanto principia um piscar.

Doação da luz à escuridão
No calar pueril em noite mal dormida
Desvela a verdade em lápide sepulcral.
Fábio Santana

6 de novembro de 2006

Jornada de Iniciação Científica


É amanhã (07/11/2006)... E eu pergunto: onde fica o pensamento livre, a filosofia na educação quando nós (orientandos oprimidos pelo academicismo) somos castrados ideologicamente na repetição da repetição do que está nos "sagrados" postulados teóricos?
Diz o professor (felizmente, aqui não é uma totalidade): "Quem é você para questionar o teórico "tal"?...
Enfim, na sala F-214 da Faculdade de Letras, às 16:15h do dia mencionado haverá uma experienciação pessoal do que fora acima mencionado.
Viva a farsa em sua plenitude!!!!

4 de novembro de 2006

Poesia publicada no jornal da faculdade

Na última edição do Jornal Letras pelas Letras, tive o grande prazer de dividir o espaço do mesmo com os companheiros de poesia que tanto enchem a Faculdade de Letras da UFRJ de lirismo.
Trago aqui a poesia que publiquei no jornal e, como sabem, fiquem à vontada para criticar!
Em algum lugar da existência

De outro sem ninguém
Vem o lugar algum do execrado interlocutor.
As palavras ocupam o não-lugar,
Incendeiam o inaudito, o inefável.

Áreas fúnebres,
Funestas inscrições circunscritas
No arrebatar do indivíduo.
Chuvas torrentes,
Mananciais corrompidos pela impureza das maledicências.

Vil imagem penetrante num ser transtornado,
Sua dúvida é sua dor.
Infatigável não saber maldito!

Correr é vagar inutilmente
De volta ao não-lugar.
Doce retorno a não-presença,
Corrói a carne do herói quixoteano
Que das La Manchas nunca ouviu falar...

Irreconhece a cultura da aproximação.
Doce bárbaro descrente de sua própria obra,
Seu ser é a ausência,
É o nada plagiado do texto de outrora.

Mil visões perambulam frente aos olhos lacrados.
Mimeticamente, os pensamentos se verbalizam em ações.
Verborragias fúteis.

Encarnam no homem subjugado ao seu próprio não-saber,
Inconsciente da maldição que o assola.
O mesmo homem acorda todas as manhãs
E prossegue sua via

Mais um morto que se levanta...
Fábio Santana