31 de janeiro de 2007

A pro-cura... o horizonte...

Estamos sempre à pro-cura, buscamos o que nos é próprio mesmo quando não idealizamos tal busca, pois já estamos desde sempre lançados no positivo de toda negatividade, assim como na negação do otimismo.
Somos o acontecimento da história na tensão do tempo, na memória, no que foi, é e será. E seremos sempre!
Apontamos em direção ao horizonte e nele nossa busca se faz eterna, pois a morte é o principiar de um fim na medida em que caminhamos. Sabendo que este caminhar não é um percurso retilíneo, linear, mas todo o tempo se realizando no porvir do que já se foi.
Não como ilustração, mas como o movimento de um pensar, trago o poema Horizonte. Até porque um poema nunca ilustra: acontece, cria seu lugar e uma realidade. Vamos à criação!


Horizonte

O pássaro.
As asas.

Em aberto céu,
as plumas em alvoroço
se admiram ao tocar o vazio.

O horizonte se expande
na inóspita queda:
o pensamento.

Em cada regurgitar de asas
singra liberta a ave
em mar etéreo.

O cemitério de todas as coisas
se fecha no respaldar taciturno
da fronte desguarnecida:

doce acalento das musas à eternidade.

O céu se abre na envergadura do infinito
e o mundo se vislumbra
no destino triunfal do espanto.


Fábio Santana

13 de janeiro de 2007

Shhhhhiiiii... silêncio...

O silêncio da terra

No jardim do silêncio,
as raízes do vazio brotam imaginações
de um solo caleidoscópico.

A terra é uma imensidão roxa
onde
o húmus é o homem
e
a colheita é a realização do impensado.

Fábio Santana

9 de janeiro de 2007

Mais um percurso...

Hoje pensei o medo. Mas não tive medo. O que é a posse?

Pensando o medo esbarrei no limite. Não no limite do medo, mas no limite que faz o medo ser o percurso entre o princípio de uma certeza e a fragilidade de sua extinção.

Agradecimentos ao meu amigo Branco.

8 de janeiro de 2007

Alguns pensamentos da madrugada...

O alvorecer de um pensamento desnuda qualquer viabilidade do não-acontecimento da brutal cisão do nada. Num refluxo respiratório, toda uma vida se esvai arroto abaixo pelo bueiro da inconsequência. E o que sobrou?
Respondo: pícaros esqueléticos que vigem na sombra de qualquer descrente do esvaziamento aniquilatório da verborragia infame!!! E daí? Mais buracos são desfeitos na ocorrência da longevidade incrédula do ambulante exaurido.

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Qualquer palavra só é dita na medida do pensamento quando este se volta ao princípio, ao originário de si mesmo e concresce com aquele que abre os olhos e se joga na anterior escuridão do raciocínio.

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Qualquer palavra pronunciada carrega os restos de saliva dos mal-cheirosos pensamentos em orgia com a beleza da ingenuidade de um pôr-do-sol.

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Qualquer elogio é inversamente proporcional ao umbigo!!!!

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Umbigo!!!!!!!!!!!!