17 de novembro de 2007

III Encontro de Professores de Literaturas Africanas - Pensando África: Crítica, Ensino e Pesquisa

Estarei apresentando no dia 22/11, na Faculdade de Letras da UFRJ (Ilha do Fundão), entre 13:30h e 15:00h, um pequeno ensaio sobre Duarte Galvão e sua relação geogônica com Moçambique.

Embora seja um heterônimo do grande poeta moçambicano Virgílio de Lemos, é importante ressaltar a originalidade e independência poética de Duarte Galvão, poeta de genialidade singular. Digo isso por recusar a idéia da heteronímia como uma máscara do poeta ortônimo. Na literatura e na arte enquanto realizações máximas do humano do homem não há máscaras, mas sim a manifestação do real em realidades diversas, originais e originárias.

Eis a localização exata:

MESA 35

LOCAL: sala H 311

Fábio Santana Pessanha (UFRJ) - Geogonia de Duarte Galvão

Maiores informações e programação completa no site: http://www.letras.ufrj.br/pensandoafrica

Abaixo segue o resumo do meu ensaio:


Geogonia de Duarte Galvão


Moçambique é terra no sentido mais radical de originariedade, ou seja, daquilo que constantemente inaugura um novo pensar. É mãe com a qual, num incesto sacro, o poeta Duarte Galvão se confunde ao travar verbo-orgias gestantes de poesia.

Neste sentido, temos como objetivo neste texto a percepção de uma relação ambígua em que o erótico é tanto a aproximação do poeta com sua terra quanto o próprio mover-se dele na mesma. Então, mais do que um espaço geograficizado, teremos Moçambique como país único, oriundo de uma poética telúrica em que o poeta e sua mãe-terra se darão mutuamente.

Portanto, a questão aqui instalada é o sentido de geogonia. Assim sendo, é a partir da terra (Moçambique) que Duarte Galvão acontece poeticamente na medida em que a mesma se retrai enquanto silêncio proveniente.