por se romper o chão desde os nervos das manhãs por se querer
um horizonte ruindo nos cabelos encrespados da melancolia por se
desejar o gosto encorpado de deus
resgatam-se as vozes guardadas no peito do silêncio por
se burlar os baques das traves em minhas costelas rejo
rumo a terra a sinfônica angular das raízes por se alimentar
o céu mais que o ventre por se beijar o rosto
das avenças numa disputa ergo
os dedos para a alvorada e desenho o cansaço
das flores nas falhas do teto por se ruminar
o vestígio dos lábios por se levar o destino dos fatos
em procissão deixo o vento lamber a força oculta das patas
enterradas no barro de onde tive moldados
meus castelos ósseos por se calarem as pedras
plantadas no refluxo do tombo por se andarem
os galhos na verticalidade do prumo
devolvo os ombros ao luto no incansável espanto
por se inventar a fuga das mãos
de onde não posso agarrar
fábio pessanha
2 comentários:
Gostei do ritmo. Gostei de tudo!
Que bom!! Que bom!!!
Postar um comentário