sempre muda alguma coisa
sempre são outras pessoas
somos muito diversos e nunca
somos todos convexos e sempre
a gente se perde exatamente nisso que a
gente é
a gente consegue ser a imagem do espelho
dar as mãos a estranhos ir pra cama com
avessos
a gente sempre se concentra nisso que a
gente não é
algo estranho acontece no peito de quem
se olha
algo diferente se desenrola na cara de
quem se vê
toda piscadela registra um ato falho da
pálpebra
o que a gente enxerga foge do alcance do
tapa
Fábio Pessanha
2 comentários:
"o mesmo que vira outro, volta a ser o mesmo, e no mesmo sempre há outro para que o mesmo seja outra vez o outro."
... a circularidade do círculo que nos circula e nos faz circular...
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