Que
as palavras lentifiquem o dia
numa
chamada de invernos.
Façam
da cor a morada do tempo,
esse
deus que alarga o braço
num
compêndio de mãos e laços,
envergando-se
entre veias,
músculos
e sangue na escrita
do
verso que é mar reverso,
rio
imerso em suas próprias águas.
No
interior do pulso lateja o poema,
vibra
o devir da palavra lumiada
desde
o terreno remorso da escrita
até
o rubro calor sanguíneo da voz.
Percorre
silenciosamente o grito
epitelial
da fala que, ambígua,
eleva-se
no fruir gestual do verbo;
afunda-se
no vigor temporal da letra
e
chega ao rascunho do que é textura
e
som no amálgama entre pele e palavra.
O
pulso se enche de vias, elabora artérias
quando
o poema respira o instante carnal
ante
o fôlego farto, peito inflado, no dizer
desguarnecido
entre a fronteira que reúne o poeta
e
o abismo de sua presença mediante o nada.
Postagem
original: www.instagram.com/fabiospessanha
Um comentário:
caminho
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