24 de dezembro de 2016

Corujão da Poesia em Niterói

Na quinta (22/12), teve Corujão da Poesia em Niterói, no restaurante Bizu Bizu do Reserva Cultural. Houve uma belíssima homenagem ao centenário de Manoel de Barros, e tive o imenso prazer de participar desse momento com pessoas que vivem a palavra poética em suas variadas maneiras de aparecer: música, teatro e, claro, poema!


Para o dia, um dos poemas que levei foi esse (abaixo) que escrevi para o Manoel de Barros, poeta que para mim é o grande marco tanto no que diz respeito ao pensamento sobre poesia quanto à poesia como pensamento. Mais ainda, ao que se trama sobre o belo absurdo de vivermos num meio de caminho entre nós e nossos outros! Poememos!

joelhos
para manoel de barros

um segundo me toma Uma
janela me escancara Um
mundo se enreda em meus cotovelos Uma
glória se enraíza no cisco dos meus olhos Um

abraço dado por fora dos pelos das
asas Povoam voos das
palavras Germinam poemas em
andores cheios de primórdios

são os sacramentos do absurdo Joelhos
enraízam flores no lado
avesso ao muro Erguido
no intervalo mudo da pele Só

os absurdos enriquecem a poesia Desde
um poema até o ventre da visão “a
poesia está guardada nas palavras –
e é tudo que sabemos”


2 comentários:

Unknown disse...

Foi uma linda noite, Fábio!! Parabéns pelo poema... sua participação foi um momento muito especial e que se repita muitas vezes!! :D

Fábio Santana Pessanha disse...

Foi uma linda noite mesmo, Flávia... foi, sim, um momento muito especial! E que bom que você estava lá, poetando também!!