Poesia corporal é
música de palavra nua. Suas vestes recaem aos pés de semitons ornados em
crepúsculo, alçando o levante dos ensurdecidos gritos de silêncio. São campos
vastos onde a vermelhidão do sol colora o inalcançável dos olhos, onde os ouvidos
registram apenas sussurros de cantos impronunciáveis.
De quem é a voz que
toma o poeta na urgência do seu corpo? Quem corre nos arvoredos ensandecidos
mediante os sazonais de auspícios canoros? Que pele pede o canto do verbo
durante o interlúdio do suor?
A boca está nua... os
dentes desenham o desejo no corpo que tocam, compondo uma tez de sorrisos
largos e perdidos. O gosto está no corpo todo, gestualizando o inefável de uma
palavra. O corpo é todo nu, todo pele, vento, furor e abismo. O corpo não teme,
o corpo não sabe. O corpo erra... reluz a sinfonia de cores mudas, de ondas profundas
num mar que é todo fundo e raso.
2 comentários:
Olá
legal seu texto, muito interessante, parabéns meu chapa!
Obrigado, Davi! Também gostei do seu trabalho!
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