Nesses rumos de
invenções, a palavra ganha gestos virtuais, virais, vindo ao punho da garganta
quando sobressalta língua e palavra na costura de seus veios. Então,
perambulando por essas hipóteses poéticas, outra ideia surgiu... e são
saliências de conversas com outros poetas, com poemas, com escritos diversos. Nasce,
assim, o projeto-ideia MicroEnsaioPoético, o qual será um certeiro ataque no
estômago palavral do poema. Mas não nessa virulência gratuita, e sim na
efervescência intuita de se fazer ampliações, de pegar no calcanhar de um verso
e me alargar com ele.
O ambiente inicial é o
Instagram, lugarzinho que tenho testado ideias... mas ele não é o cume,
tampouco o fim, quem sabe, um limite, já que tensão é o que nos é. Começou hoje
lá no meu insta (www.instagram.com/fabiospessanha) e o desejo é que se prolongue...
Então, abaixo, um abraço já começado com Fabrício Carpinejar...
MicroEnsaioPoético:
CARPINEJAR
Irrompido na boca que
me excede, a sua, a minha, a saliva que recobre desejos habita uma fatalidade:
o tempo.
É manhã. O antes de
qualquer presságio é inaugurado quando lábios e suor se traduzem na pertença
ambígua entre corpos. É meu corpo, um corpo, que se verte em sal e trilhas líquidas.
Um corpo, meu, seu, um corpo que principia mar na trajetória desse esperado
destino: seu beijo.
Fábio Santana Pessanha
Referência
do poema:
CARPINEJAR, Fabrício. Amor à moda antiga. Caxias do
Sul, RS: Belas-Letras, 2016, p. 29.
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