17 de janeiro de 2017

Mais diálogos poéticos nos caminhos do pensamento

... sobre o livro que coorganizei em 2011, o Poética e Diálogo: Caminhos de Pensamento, estava pensando nele, fiz uma postagem no Instagram (https://www.instagram.com/fabiospessanha/) e quis trazê-lo pra cá também. Nele, no livro, publiquei o ensaio “A ciranda da poesia: palavra: corpo: homem: poeta”. Coisa de transversões verbo-poético-gramaticais...


E para ficar legal, segue uma provinha do que escrevi:

A fala do poeta é sempre um salto no desconhecido, um arroubo de conjecturas, estando repletas do que ainda não se disse, porque tudo que se diz é dito pela primeira vez, obviamente, tendo as palavras sua articulação com o mistério do inapreensível. Quando o poeta acolhe o inesperado em seu dizer, está se reinventando na linguagem, fazendo-se mar, deitando seu corpo no imprevisto chão que o adentra e faz declive de trilhas e caminhos num misto de árvore e pele. Esse é o mais perto que se pode chegar de um dizer poético, ou seja, deixando a poesia vir e tomar seu lugar no corpo, sendo corpo e se fazendo realização da linguagem. Tal disponibilidade significa deixar-se possuir pelo poético em vez de se tentar agonicamente agarrar a palavra, impondo a rudeza de carceragens significativas à leveza de seu voo. (p. 236)

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