... sobre o livro que coorganizei em
2011, o Poética e Diálogo: Caminhos de
Pensamento, estava pensando nele, fiz uma postagem no Instagram (https://www.instagram.com/fabiospessanha/)
e quis trazê-lo pra cá também. Nele, no livro, publiquei o ensaio “A ciranda da
poesia: palavra: corpo: homem: poeta”. Coisa de transversões
verbo-poético-gramaticais...
E para ficar legal, segue uma provinha
do que escrevi:
A fala do poeta é sempre um salto
no desconhecido, um arroubo de conjecturas, estando repletas do que ainda não
se disse, porque tudo que se diz é dito pela primeira vez, obviamente, tendo as
palavras sua articulação com o mistério do inapreensível. Quando o poeta acolhe
o inesperado em seu dizer, está se reinventando na linguagem, fazendo-se mar,
deitando seu corpo no imprevisto chão que o adentra e faz declive de trilhas e
caminhos num misto de árvore e pele. Esse é o mais perto que se pode chegar de
um dizer poético, ou seja, deixando a poesia vir e tomar seu lugar no corpo,
sendo corpo e se fazendo realização da linguagem. Tal disponibilidade significa
deixar-se possuir pelo poético em vez de se tentar agonicamente agarrar a
palavra, impondo a rudeza de carceragens significativas à leveza de seu voo.
(p. 236)
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