17 de setembro de 2011

Prelúdio de aurora


Chamamento de vento
se diz prelúdio de aurora.
Seu habitual repouso está
nos cabelos desgrenhados
da criança a céu aberto.

Se o vento dança no arremesso
do corpo em seu passeio,
então, como seguir uma linha
cujo destino é o horizonte?

Como permanecer razoável
se sua lógica se refaz em descaminhos,
mergulho na praia,
cabelo na cara,
saia levantando,
papel voando
ou curva de chuva?

O vento é a entrega do corpo
no movimento de ser instante.
O vento é uma experiência de aprendizagem,
é um amar que se dá sem poste,
sem sim ou não.

O vento venta
tal qual o amor ama,
nos ama.
E nos amamos no amor...
Nos amamos no vento.

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