Pedra
Ser pedra
é estar descascado de conceitos,
sendo coisa nas coisas,
braço de mundo na pureza
do que ainda não caiu em palavras.
16 de dezembro de 2009
Quero ser pedra
22 de novembro de 2009
Um olhar poético sobre o educar: da habitação à morte*
3 de novembro de 2009
A invenção das ilhas – antologia poética de Virgílio de Lemos
25 de setembro de 2009
Dicionário de Poética e Pensamento
Por ser gerado na internet a partir do software colaborativo wiki, o dicionário está em constante crescimento com a inserção contínua de novos verbetes ou fichas. Porém, somente os editores podem fazê-lo, o que não impede que os usuários possam dar sugestões, tirar dúvidas ou se manifestar como quiserem ao acessar a seção "Fale conosco".
Este é o convite oficial de lançamento:
Para saber mais, além de visitar a página do Dicionário de Poética e Pensamento, veja também a matéria que o jornal eletrônico da UFRJ, o Olhar Virtual, fez ao entrevistar o Prof. Manuel de Castro, clicando em http://www.olharvirtual.ufrj.
21 de setembro de 2009
Verso...
Um verso...
Coluna vertebral do silêncio,
amálgama que costura o horizonte de todo poeta
na soleira entre o dizer e o calar.
Sendo fino, raso, profundo, denso,
sua estrutura ressoa formal ou livremente.
Na forma, vislumbra a colheita da palavra trabalhada:
métrica, rima, música cadenciada em sopro como respiração.
Na seriedade de sua liberdade,
convoca a ilusão do deboche rijo:
espreita os passos largos de uma andança milimetricamente
[desarrumada.
Um verso acalenta a sofridão da ausência,
um verso infringe a apatia da presença;
trova na união dos contrários
a valente postura de um lancinante ponto final.
Pausa. Pulmões inflados.
E a boca derrama tudo aquilo que se queria calar em um beijo.
Um verso beija, sangra a mão de quem o possui.
Ter um verso é ter a morte rasgando a pele e dizendo a vida.
A escritura do corpo é o limiar da corporeidade poética.
O corpo é um verso sendo escrito.
15 de julho de 2009
Corpo e aprendizagem: a educação em questão*
[...]
8 de maio de 2009
Um caso de poema perdido
O trânsito das ruas e as vielas do pensamento insurgem obscuras na algibeira do acaso. Nenhum negrume, verme encaixotado, se alarga na dimensão do horizonte. Este, linha que costura a infâmia do vir-a-ver, surpreende o mais atento encarnado de fábulas e objeções; pega o repentino momento de aclaramento das ideias e zapt: o espanto toma o poeta e convoca o nascimento trágico de ser!
Para além das ontologias des-dizentes o poema se coloca firme ante a voz. O alumbramento da fala encara o silêncio no anteparo da razão... Esta, coitada, esvai-se em conceitos e deturpações subjetivas... Um caso de poema perdido, uma sala ocupada de nada: o ventre livre e cheio de nascividade.
O poeta atende ao chamado e se põe a falar: canta o canto musal em plenitude de memória. Mnemosýne e Musas numa orgia de versos, gestos e silêncio. Thaumadzein!... E o poeta irrompe em mundo! A poíesis coloca-se no incesto do dizer, pois doa e retira a fala de sua boca num aletheiamento inesgotável de sagrado e profano: circulares movimentos de velo e desvelo: consumação.
Consuma-se a fala na linguagem, consuma-se o rio no mar... nos consumamos em ser o que somos no apelo ao sagrado:
A espantosa realidade das coisas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada coisa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para se ser completo.
(PESSOA, Fernando. “Dos poemas inconjuntos”. Poesia. 5ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 1970, p. 66)
11 de abril de 2009
Palavrar é estar em conluio com o diabo!
Sim, vamos ao lugar do desapropriado senso de matéria. Aonde o corpo é verbal e carnal na boca de quem pronuncia o zelo de pensar. A palavra é a poesia que gera não só poemas, mas possibilidades de errâncias. A palavra é o que nunca sei ao dizer, mas digo porque sou palavra (no salto mortal à escuridão do nunca sabido dia de amanhã).
Caindo de um cume cuja morada é o chão, a queda balbucia o gesto de criação e se refestela no sólido e impreciso destino de esborrachamento. Sim! Palavrar é esborrachar! Destroçar qualquer mísero pedaço de angústia na boquiaberta dentição da morte: morrer é viver, é palavrar.
Palavrar é transitar, estar em conluio com o cramulhano, com o barzabu, com o coisa-à-toa. Sim ele mesmo! Palavrar é estar em conluio com o diabo! O que não significa que firmei um pacto de alma, mas um pacto de vida. O diabo, ao contrário da palavra já estabelecida enquanto conceitualmente malvado, é o próprio trânsito, o próprio movimento de viver e dialogar. Não precisamos ir aos academicismos etimológicos, mas solto a deixa de que precisamos nos desacostumar da palavra argamassada num sentido comum e único. Deus? Claro, a brincadeira dos campos semânticos exige a presença do suposto contrário... que nada... juntos são um e o mesmo na circularidade de ser e não-ser: Tao.
A palavra aqui me trouxe e daqui me leva para outro agora. O tempo na dimensão de sua totalidade: a constância do agora, do aqui-mesmo... Mas antes, claro, não posso deixar de convidá-los ao agulhamento deste pensar (ou pesar papo-furado): ao poema, à palavra despaginada e reconfigurada na diversidade dos suportes: eis o dito-cujo presente no livro acima mencionado:
Lembranças que não tenho
São Paulo.
Só conheço no papel.
Páginas encardidas de vapores sólidos.
Suas ruas,
infames deturpações imaginadas.
Suas praças,
um passado que não é o meu.
São Paulo.
Uma cidade.
Capital.
De quê?
De quem?
De um sonâmbulo
que da janela entreaberta da inércia
só respira o tédio,
o transe
sem trânsito.
São Paulo:
Minhas recordações.
Te desconheço.
Suas curvas
não me entorpeceram.
Suas putas
nunca me comeram.
São Paulo.
Uma terra que não conheço,
uns jardins que para mim nunca existiram,
flores que nunca colhi.
Cidade.
Capital.
De quem?
De ninguém.
5 de fevereiro de 2009
Poema publicado em antologia
Em breve sairá a antologia Universo Paulistano - contos, crônicas e poemas de uma cidade que nunca dorme, pela editora Andross, na qual terá um poema meu. O lançamento está previsto para março e será realizado em São Paulo.
Para quem não conhece o evento, eis algumas informações sobre a editora e o lançamento de futuros livros:
ANDROSS EDITORA SELECIONA TEXTOS DE NOVOS AUTORES
A Andross Editora está organizando sete antologias a serem publicadas ainda em 2009. Escritores interessados em participar da seleção já podem enviar seus textos. São vários gêneros literários (poemas, contos, crônicas e microcontos) de temáticas diferentes - de humor a suspense.
Podem participar autores iniciantes ou com obras já publicadas. O regulamento e instruções para envio dos textos estão disponíveis no website da editora: www.andross.com.br.
Veja a lista dos lançamentos da Andross Editora para este ano:
1. Palavras Veladas – Antologia de poemas
2. Risos de Papel – Contos e crônicas de humor
3. Dias Contados – Contos sobre o fim do mundo
4. Dimensões.Br – Contos de literatura fantástica no brasil
5. Histórias Liliputianas – Antologia de microcontos
6. Marcas na Parede – Contos sobrenaturais, de suspense e de terror
7. 2054 – Contos futuristas (histórias que se passem no ano de 2054)
Sobre a Andross
Com quatro anos de mercado e mais de 33 títulos publicados, a Andross Editora iniciou as atividades com obras acadêmicas, cresceu e se manteve no mercado graças a um modelo de negócio diferenciado: a publicação de antologias. Por este sistema, a editora já publicou mais de 780 autores de 13 a 68 anos, do ensino médio ao doutorado, amadores e profissionais. Alguns dos que estrearam nas antologias da Andross hoje têm obras publicadas individualmente por outras editoras.
Mais informações para a imprensa:
Edson Rossatto
Andross Editora
Contato pelo telefone: (11) 2943-7687
edson@andross.com.br
13 de janeiro de 2009
Interpretação do poema "Retórica", de Octavio Paz
1
Cantan los pájaros, cantan
sin
2
La
no es prisión
3
La claridad del
no es claridad
el agua
Numa
A
1: a
Neste
A
2: o
Neste
A
Se pensarmos na modernidade hispano-americana, poderemos perceber que a
3: a
Neste
Se pensarmos
A
A
Neste
Referências bibliográficas
CASTRO, Manuel Antônio de. Heidegger e as
HEIDEGGER, Martin.
PAZ, Octavio. Retórica. In: Condición de nube, 1944.