Qual é a beleza de estarmos vivos? Qual o sentido do reconhecimento da fragilidade fugaz da carne e do osso?
A primeira coisa que fazemos ao nascer é morrer. Por isso choramos, por isso o bebê explode em vida a morte que já vivencia em toda sua grandiosidade.
O homem fenece sem se dar conta... tolo... inútil de sua presteza, arregala a visão do escuro vazio em que submerge. Um vazio sem nada, não serve nem ao principiar de todo fim. Ao contrário da consciente ignorância, o nada é a proveniência de todas as coisas.
No curta-metragem A História da Eternidade (clique no link e assista ao curta!!!), temos de cara a ambigüidade: um nascimento já morto ou uma morte já nascida... tanto faz... vida e morte são um só na vigência do que somos enquanto unidade cosmogônica... somos parte do tudo que, claro, é o nada. Por isso, somos inegavelmente a contra-ditadura da oposição binária. A dicotomia se desfaz a cada momento do encontro particular com nosso interior... um salto cego na fulgência do inóspito em que habitamos. Somos a própria habitação do que queremos ser e não-ser. Somos a totalidade do não-sendo.
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