16 de novembro de 2018

Poema "aos cadáveres não sepultos" e outras notícias


Faz tempo que não apareço por aqui. Mas cá estou, e com boas notícias! Antes da boa-nova, aviso que tem poema inédito meu na edição especial de novembro da Revista Vício Velho.

Era para ser um poema sobre os mortos para o dia de finados. Mas foi ressignificado. Ele foi escrito no dia 28 de outubro, eleições, e fez muito mais sentido para mim depois do resultado que tivemos. Eis um poema aos cadáveres não sepultos, que estão muito vivos e nos rodeando, e que também, às vezes, somos nós.

aos cadáveres não sepultos

estou morto como aquele cadáver
que ri quando perde a carona estou
morto como aquele imbecil cadáver
feliz pelo sol que bate na pele
e não queima estou morto como aquele
cadáver que não se importa com o que
vão dizer que vai à praia entra de
roupa e tudo estou morto como os grãos
de areia que grudam nos cantos dos
dedos dos pés e eles colocam
meias pra acabar com o que sobrou do
dia estou mais acabado que aquele
cadáver que distribui beijos a
quem não merece que inventa maneiras
diferentes de abraços em quem não
existe estou tão morto quanto aquele
cadáver que está mais morto que eu

fábio pessanha

Link do poema na revista: http://bit.ly/2Thx3QY

A boa notícia que falei acima é que em breve, no dia 03 de dezembro, às 14h, defenderei minha tese de doutorado na Faculdade de Letras da UFRJ. Juntei as poéticas barriana e leminskiana no trabalho que se intitula “Manoel de Barros e Paulo Leminski: a palavra como experiência do poético”.

Daqui a pouco trarei mais notícias! Tanto sobre minha tese quanto sobre outras atividades que tenho feito por aí. Ah, não deixem de visitar a coluna palavra : alucinógeno, que assino na Revista Vício Velho. Já tem textinho sendo preparado para ir ao ar! Aguardem!

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