30 de janeiro de 2018

A criança em ruínas, de José Luis Peixoto


A criança em ruínas, do poeta português José Luís Peixoto, é um livro de assombros, mas não um assombroso que dá medo, e sim um processo de intimização não pessoal que desencadeia envolvimentos diversos. Paradoxo? Sim, pois embora se trace poeticamente o itinerário para o arruinar-se de uma criança (ele próprio? o leitor? uma metaforização lírico-poético-filosófica sobre o eu-criança?), esta se reposiciona a cada vez que um leitor se atrever ao próprio arruinar-se. A criança se despersonaliza para além de uma infância, quando a experiência extrapola o âmbito do cronológico e do subjetivo.

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