“[...] a poesia é o que nos aproxima de
nossa morte, pois finca raízes em nossa carne, pondo-nos também em
questão. Quando isso acontece, o mundo deixa de ser
a realidade estável do senso comum para se mostrar como paisagem de instabilidade.
Pois a realidade não é estável, e sua mobilidade é o mistério que nos
toma sempre inesperadamente, restando-nos o abismo”.
Referência:
PESSANHA, Fábio Santana. A
hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 60.
3 comentários:
O poeta Romério Rômulo Valadares, tempos atrás, publicou uma pílula em uma rede social que dizia: «quase morrer é um poema.« Concordo com ele. Tudo o que dissermos sempre será uma experiência de quase morte. Existe algum outro sentido para a vida de um poeta?
Daniele... acredito que a vida de um poeta é um rascunho, composto por escombros, sobressaltos, presságios, deserto e mar aberto... Descobrir a penumbra do que se abre a todo o tempo em nossa pele é sempre um desafio... Somos sempre um entre...
Nem tenho como discordar de você, Fábio. É um desvendar que amedronta...
Postar um comentário