Um poeta é aquele que vive sua morte
todos os dias, num adentramento profundo em si. Ser poeta é um ensimesmar-se no
que supostamente se considera ser o repetido do cotidiano. Não existe
repetição, mas presentificação constante da própria morte que é. Ou então,
podemos pensar, a verdadeira experiência da repetição é aquela que exerce em sua
constância a diferença, como lemos em Manoel de Barros: “Repetir repetir – até
ficar diferente”.[1]