Invento
minha rua,
caminhando
passos de caracol.
As
pedrinhas vão colando em meus pés,
a
areia se transforma em minha pele:
sou
chão.
O
tamanho do meu horizonte
cabe
nas asas de um passarinho.
Sou
largo como margens de rio,
profundo
como oceanos desconhecidos:
sou
folhas de árvores à espera do vento.
Invento
minha sina,
desconheço
minha face,
desformo
as pegadas largadas na terra.
A
criação é respaldo de poema:
sou
poesia.
3 comentários:
Tão solto. Bonito.
Obrigado pela visita, Lucia!
Não sei comentar uma morte e uma poesia. No entanto, há palavras que pegam todas as nódoas do meu coração, jogando-as. Acalento-me. Estas suas palavras são sucintas, caro. Muitíssimo obrigada pela partilha! Gostei daqui - tamanho lar.
Vá consigo, e fique bem.
Beijo de luz!
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