15 de outubro de 2006

Percepção do acaso


Num dia de espera para uma reunião, a humanidade vocifera à minha frente... um olhar poético sobre a vida em sua concrescência...

A noite passada (a captura do alheio)

Blocos de concreto
Beijam invisíveis a vida
No acontecimento de dois corpos

Cada choque
Tapas ao vento
Encontros marcados ao acaso

Quando o casual dita o caminho
O fingimento é verdadeiro

Nada de pactos
Compromissos acertados
Ou sapatos amarrados

Viva o café esfriando ao relento!
A casa destrancada!
Os relógios corretos sob sete terras!

Vou agora mesmo
Me desvencilhar da dor
Que salpica os poros da pele
Em respiração aspirada

Partirei deixando a luz acesa
A iluminar o horizonte
E a janela aberta
Ao acolhimento das folhas secas.
Fábio Santana

10 de outubro de 2006

A proposta deste blog


Que a poesia seja compartilhada por todos os inquietos do pensamento! Este é um local em que cada poema, cada reflexão deseja ser repensada e recriada por mãos teclantes diversas. É um convite à ilusão, à entrega do devir poético...
Que a ilusão paire nas "retinas fatigadas" por pixels e sombras dos poetas incansáveis .

Mais um poema à vontade da recriação:


Ensaio à ilusão

Tudo que toco
Resvala líquido
Entre impressões.

Aquilo que vejo
Em luz se esvai
Rumo à imaginação.

Um livro...
Pequena morte encerrada entre páginas:
Ilusões forjadas.
Fábio Santana

9 de outubro de 2006

Uma contribuição poética a fim de movimentar as engrenagens do pensamento

Recôncavo das sombras

Na escuridão veemente
De buracos tortos,
As sombras em seu oposto
Vagam pastoris por vales sem céu.

Ocupam toda ausência
E se obscurecem na míngua lua abrilhantada
Que antecede cada flerte imberbe
No resvalar da longitude iníqua.

Em cada lar transeunte,
Suas faces ocultas
Riem-se lágrimas paradoxais
No caminho em mar desfeito.

E no esconderijo de cada pensamento
Suas vozes eclodem em erosão
Quando repetem nomes nunca ditos.

Assim, na falácia dos verbos incompreendidos
E no círculo da poesia inconclusa,
Jazem moradas em corrupta solidão.
Fábio Santana



8 de outubro de 2006

O início da irreversibilidade

Poetas...
Alguéns controversos que habitam a propriedade irreversa de ser criatura da criação e vice-versa. Título infamemente aclamado por alguns poucos loucos que teimam em existir na resistência verborrágica do pensar gestos e esquizofrenias.
Assim inicio esta jornada lúdica por meandros virtuais e quixotescos, convidando a todos que se acharem suficientemente e descarnadamente anormais a partilhar dessa sólida irrealidade.
Senhores poetas, bruxos das palavras: que a orgia do pensar seja celebrada!