25 de setembro de 2009

Dicionário de Poética e Pensamento

Será realizado no dia 29 de outubro, no auditório G1 da Faculdade de Letras da UFRJ, às 9 horas, o evento de lançamento do Dicionário de Poética e Pensamento.

Sob autoria e edição geral do titular de Poética da UFRJ, Prof. Dr. Manuel Antônio de Castro, este dicionário não almeja a elucidação de conceitos, conforme já funcionam os demais dicionários. Ao contrário, sua proposta é a de levar o leitor (internauta) a questionar, fazendo-o imergir na profundidade do pensamento, uma vez que os verbetes trazem caminhos a serem trilhados e nunca definições pontuais. Ou seja, com citações bibliográficas de obras literárias ou críticas, com a elaboração de reflexões por parte do Prof. Manuel e/ou dos editores, ou ainda com a mescla destas duas modalidades de elaboração dos verbetes e fichas, o Dicionário de Poética e Pensamento ganha fluência e dinamicidade ao nos presentear com possibilidades e não com certezas.

Por ser gerado na internet a partir do software colaborativo wiki, o dicionário está em constante crescimento com a inserção contínua de novos verbetes ou fichas. Porém, somente os editores podem fazê-lo, o que não impede que os usuários possam dar sugestões, tirar dúvidas ou se manifestar como quiserem ao acessar a seção "Fale conosco".

Este é o convite oficial de lançamento:



Para saber mais, além de visitar a página do Dicionário de Poética e Pensamento, veja também a matéria que o jornal eletrônico da UFRJ, o Olhar Virtual, fez ao entrevistar o Prof. Manuel de Castro, clicando em http://www.olharvirtual.ufrj.br/2006/index.php?id_edicao=268&codigo=7


21 de setembro de 2009

Verso...

Um verso...

Coluna vertebral do silêncio,

amálgama que costura o horizonte de todo poeta

na soleira entre o dizer e o calar.

Sendo fino, raso, profundo, denso,

sua estrutura ressoa formal ou livremente.


Na forma, vislumbra a colheita da palavra trabalhada:

métrica, rima, música cadenciada em sopro como respiração.

Na seriedade de sua liberdade,

convoca a ilusão do deboche rijo:

espreita os passos largos de uma andança milimetricamente

[desarrumada.


Um verso acalenta a sofridão da ausência,

um verso infringe a apatia da presença;

trova na união dos contrários

a valente postura de um lancinante ponto final.


Pausa. Pulmões inflados.

E a boca derrama tudo aquilo que se queria calar em um beijo.

Um verso beija, sangra a mão de quem o possui.

Ter um verso é ter a morte rasgando a pele e dizendo a vida.

A escritura do corpo é o limiar da corporeidade poética.

O corpo é um verso sendo escrito.